quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Do Comentário

Entreportinhola adentro e logo me meto embaixo das cobertas, pensando qual seria a programação de TV que ele tinha escolhido desta vez. Muitos dos seus seriados favoritos, eu achava chatíssimos, aquele lengalenga americano, no qual nada acontece e sempre encharcado de mulheres que só existem em capa de revista.
Para minha surpresa, era um documentário sobre o CEAGESP, o conhecido Ceasa. Resolvo deixar a minha leitura noturna de lado, já que algo mais não aconteceria; apesar da minha insinuardência...
O repórter se focou na vida de alguns feirantes, eram descendentes de japoneses e italianos. O depoimento da família japonesa era o mais comovente; uma senhora conta como conseguiu criar os três filhos sozinhamente. Tinha um sorriso legítimo, de alguém que viveu de verdade; logo pensei, mulher bonita era ela, sem produção nenhuma, sem moda. Tinha uma expressão de alguém com uma vida bem realizada. Olhei para o lado, e vi o sorriso sarcástico do meu marido que disse que eu deveria um dia ser igual a ela.
Apagamos a luz e fomos... De repente me dei conta que havia um ser estranho entre nós. Acendi a luz e encontrei um ratinho morto. Morri de nojo daquele animal asqueroso. Liguei imediatamente para um infectologista e saber as chances de ter contraído uma leptospirose. Ainda me lembrei da feirante; ela que teve que conviver com ratos na sua trajetória de navio do Japão ao Brasil, e nem por isso morreu ou adoeceu!
Consegui naquela noite mesmo ficar parecida com a feirante, mas conviver com ratos não é um privilégio só nosso; a política brasileira está infestada deles!

4 comentários:

  1. Oi Helô, muito legal seu Blog! Deu pra ver que alguns contos estão com a mesma proposta dos contos que eu escrevi no meu Blog... hahaha Se você quiser dar uma olhada qualquer hora, o endereço é www.travessiadoiata.blogspot.com.
    Beijo,
    Iatã.

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  2. Criar neologismos é um exercício mental muito gratificante. Juntar as palavras e provocar uma mutação de algo usual para não usual dá vida ao texto, e nos transforma em artistas...

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  3. Oi Helô... tudo bem?
    Muito interessante esse seu texto.
    Adorei o vocábulo "insinuardência"...

    Lembrou-me a canção Orassamba (Guinga/Aldir Blanc) onde o Aldir trata de brincar com alguns neologismos...

    Foi um prazer conhecer o seu blog.
    Saiba que ganhou mais um leitor.

    Abraços
    Rogerio

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  4. Oi minha irmã Helô, vc tem muito jeito para escrever! Continue assim!
    Bjs,
    Lu

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